domingo, 18 de dezembro de 2011

A geração que cansou


Tenho 40 anos
A minha geração está adormecida,
entorpecida com o esse modo de vida,
espantados com o avanço da tecnologia,
Somos a geração do rádio AM e ondas curtas.
Da TV a cores
Do computador.
Dos primeiros robôs.
Do primeiro clone.
Da Guerra do Golfo.


Estamos cansados


Cansados de tanta violência e tanto medo.
Cansados de tantas guerras.
Cansados de tanta fome e pobreza.
Cansados de tanta desigualdade social.


Como homens da caverna
Queremos apenas chegar em nossa casa.
E nos trancar.
Com um muro alto e cerca elétrica.
E ter aquela falsa sensação de segurança


Um interfone para atender os estranhos.
Os estranhos
Esses estranhos, nosso semelhante.
A quem tememos.


A quem tememos?
Uma rápida reflexão diante do espelho
E rapidamente temos a resposta:
Tememos a nós mesmos.
Nos tornamos o pior que podíamos nos tornar.
E nem percebemos.
Tudo parece tão normal.
Mas o absurdo tornou-se a normalidade das coisas
A inversão é a ordem do mundo.
E tudo isso é muito esquisito.
Sabemos que tem algo de errado em tudo isso.
Mas temos uma estranha convicção
De que tudo isso nunca vai mudar
Isso é só um pesadelo
E logo vamos acordar,
Como se nada tivesse acontecido.
Só queremos sobreviver.
E nada mais.


Estamos cansados demais pra pensar.
Estamos cansados demais pra agir.
Somos a geração do trabalho.
Trabalho que consome nosso corpo
E nossa alma.
Trabalho que nos faz escravos.
Trabalho que dá um falso sentido pra vida.
E no fim, é tudo um vazio tão grande.
Um abismo tão fundo.
Mas a verdade é que já caimos nesse abismo
Há muito tempo.
E que já estamos no fundo.
É só olharmos ao nosso redor.
É só observar as coisas.
Cada coisa.
Desde de a água que bebemos e a comida que comemos.
Aviões despejando aerossóis em nossos céus.
A água se esgotando.
Violência por toda parte.
Traficantes e terroristas disputando pra nos amedrontar mais.
E o mundo a beira de uma colapso financeiro.


E se algo não acontecer em breve,
E se não tivermos uma batalha pra lutar.
Então vivemos nossas vidas em vão.


Sven Schubert (pseudonimo)

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